Não sei…
Não sei se esta minha simples
história de menino será uma simples história…
Não sei se esta minha simples
história de menino será uma simples história, daquelas simples histórias
imaginadas por Lennon…
Das histórias onde não existem
“paraísos ou infernos” …
Das histórias onde não existem
“limites ou fronteiras”[1]…
Das histórias onde não existem
motivos para “matar ou morrer” …
Das histórias onde não existem
“religiões” para “odiar ou venerar” …
Das histórias onde apenas existem
seres humanos “vivendo harmoniosamente em paz… numa imensa irmandade”!
Não sei!
Só sei…
Só sei que esta minha simples
história de menino é realmente a história de um simples menino!...
Um menino que nasceu e cresceu no
seio da sua família… numa aldeia cujo nome não difere de tantos outros nomes de
tantas outras aldeias e tantos outros simples meninos e meninas…
Um menino que nasceu e cresceu no
mais perfeito clima de paz e liberdade… num bairro como tantos outros bairros,
onde, para ir à escola bastava pular um simples muro -o muro da própria casa…
Um menino que nasceu e cresceu numa
aldeia, num bairro onde todos se conhecem, onde todos falam e entreajudam, onde
não existem ricos nem pobres… -ou pelo menos onde nunca se viu alguém sem pão a
implorar por uma esmola…
Um menino que se entretinha a ler
livros escolares, tal como se entretinha a ler livros do tio Patinhas, do Major
Alvega ou do Búfalo Bill…
Um menino que adorava tocar viola e
andar de bicicleta, jogar à bola, às cartas e ao Monopoly com os seus amigos…
meninos, como ele, como tantos outros meninos alegres e felizes…
Um menino que no seu crescimento conheceu
uma professora, uma verdadeira heroína, multifacetada, omnipresente, a perfeita
amiga que ficava sempre até ao fim do dia… que conhecia na perfeição todos os
meninos… as mães dos meninos… os pais dos meninos… e até os vizinhos de todos
os meninos…
Um menino que no seu crescimento conheceu
também uma menina, por quem se apaixonaria, também ela simples, como tantas
outras meninas de outras aldeias como esta…
Sei…
Sei esta simples história de um
menino porque a conheço na realidade -tal como todas aquelas histórias
imaginadas por Lennon!
Ah!... John, sei também que na
realidade não é um sonho!